Um dia, em janeiro de 2015, eu disse bem baixinho para que somente o universo pudesse ouvir, com aquelas duas enormes orelhas abanantes:
“vai ! Tudo bem. Já que é para ser, que seja fantástico e me surpreenda. ”
E se juntaram estrelas. E constelações e galáxias inteiras.
E meu pedido foi ouvido.
E aconteceu a mágica.
A resiliência é tardiamente recompensada, mas sempre é.
E vieram forças que não sabia que me habitavam. E essas forças trouxeram sentimentos que não me sabia capaz de ter.
E um furacão conspirante me levantou do chão como pluma, e me fez dançar num palco de acaso, montado somente para que eu aprendesse a enxergar a beleza de tudo e de todos. Da dor e do riso. De ser forte e poder fraquejar.
E eu, na plateia e no palco, num desdobramento surrealista, vi a vida como ela deve ser: cheia, completa, densa, leve, triste, injusta, assustadora , carinhosa, surpreendente e amorosa. Porque é tudo ao mesmo tempo agora.
E o ano foi indo, caminhando dia após dia. Trazendo consigo amigos, irmãos de coração, pessoas incrivelmente incríveis , decepções, frustrações, alegrias inexplicáveis, tristezas rasas e, principalmente, a vontade de estar por aqui. A vontade de SER.
A vontade de fazer parte, de conspirar junto. De atender às necessidades dos meus semelhantes. De dar amor, sem esperar contrapartida. De ser gente boa. De ser boa mãe e boa filha.
24 horas após 24 horas, sete dias por semana , aprendi que o que nos adoece é a infelicidade e a eterna insatisfação.
E eu só quero o amor. E só tenho para dar, o amor.
Devo desculpas a Drummond, mas não posso mais me ver em seu verso “quarenta anos e nenhum problema resolvido “.
São 40 anos e todos os problemas resolvidos, porque só agora comecei a entender o que é para ser feito por aqui.
Valeu, universo. Eu amei!!!